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domingo, 24 de setembro de 2017

Lengalenga O meu Nome

Esta lengalenga, da autoria de Adília César, brinca com sons fechados e melodiosos, podendo ser criada também uma cantilena simples. Podem ser acrescentadas outras quadras. Para que o jogo de sons e de ritmo funcione, é necessário que os 2 últimos versos de cada quadra sejam sempre iguais.



Nós temos um nome
Cada qual com o seu
Eu sou a Diana
Tu és o Romeu

Sei dizer o meu nome
Tu sabes dizer o teu
Eu sou a Diana
Tu és o Romeu

Eu gosto do meu nome
E tu gostas do teu
Eu sou a Diana
Tu és o Romeu

Adília César

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A Importância da Pontuação


A pontuação é essencial na escrita e na compreensão de um texto.


Na expressão poética, nem sempre é necessário usar sinais de pontuação. O poema fica mais "limpo" e fluído sem esses pequenos sinais que até podem distrair do essencial. A compreensão das ideias explicitadas também não deverá ser linear, tendo o poeta uma preocupação maior com o conteúdo metafórico e estético.



O artigo que partilho, da autoria de Marta Leite Ferreira e publicado no Observador, tem um interesse histórico relativo ao nascimento da pontuação e propõe um pequeno e divertido exercício. Contudo, Adriana Freire Nogueira, especialista em Literatura e Cultura Clássicas, docente universitária e directora da Biblioteca Da Universidade do Algarve faz uma ressalva pertinente a ter em conta na leitura do artigo:

"Atenção, que a notícia começa com um erro, baseado numa confusão de nomes: o Aristófanes que escrevia comédias viveu no século V-IV, e era de Atenas. O que inventou os acentos também se chamava Aristófanes, mas era de Bizâncio, e foi um filólogo e bibliotecário em Alexandria."

E agora um pequeno texto para pontuar, com dificuldade baixa (1º Ciclo do Ensino Básico):

"Havia um homem muito rico que estava no leito da morte. Antes de sucumbir, pegou numa caneta e num papel e escreveu a frase:
Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. 
Mas o homem morreu antes de conseguir pontuar a frase. Há quatro partes envolvidas nesta frase: a irmã, o sobrinho, o padeiro e os pobres. Ponha-se no papel de cada um deles e pontue a frase de modo a sair a ganhar na luta pela herança."

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Marau e Berimbau

Um cão e um gato, O Marau e o Berimbau são os protagonistas destas quadras, que pelo seu ritmo se poderão transformar numa alegre e divertida canção. As quadras foram gentilmente cedidas pelo poeta Fernando Estremoz.


Tenho um lindo cãozinho
que é chamado Marau
Ele é muito espertinho
quando lanço qualquer pau

É gorducho e rebola
é mesmo muito fofinho
e aos saltos joga à bola
comigo e com o meu gatinho

Também tenho um gatinho
é chamado Berimbau
é lustroso e branquinho
e canta miau miau

Anda sempre a brincar 
com um novelo de lã
que repuxa a miar
durante toda a manhã

Lá no meu grande quintal
ladra o meu cão Marau
fazendo dupla coral
com o gato Berimbau

Com um cão que faz ão ão
e um belo gato miau
fiz agora esta canção
do Marau e Berimbau.

Fernando Estremoz

Uma biblioteca pequenina ao ar livre

Uma biblioteca improvável para os mais pequenos, no Luxemburgo. Uma boa ideia para adaptar no recreio do jardim de infância ou da escola, por exemplo. Para não escavar o tronco da árvore, poderá ser afixado ao mesmo uma caixa de madeira da fruta e colocar lá dentro os livros. E depois, esperar que as crianças tenham curiosidade de os folhear.

Sim. Livros por todo o lado, ao alcance das mãos e dos olhos. 
Mesmo que as mãos ainda sejam muito pequeninas e os olhos tenham ânsia de ver o mundo inteiro. 
Os livros têm bocadinhos desse mundo desconhecido dentro de si. 
E uma história é a vida a acontecer com e por dentro da imaginação. 
Sim, livros por toda a parte.

Biblioteca de um parque infantil no Luxemburgo

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Quadras para uma Fada



Eu tenho à beira da lua
uma casinha encarnada
a luz que ilumina a rua
pendura-se na sacada.


Tem telhado de marfim
tem paredes de cristal
e uma rosa de cetim
a enfeitar o portal.


A fada que mora nela
e quis ser minha madrinha
foi ao céu buscar uma estrela
p'ra pôr na sua varinha.


Quando a lua transbordar
e encher o meu cestinho
eu corro a deitá-lo ao mar
p'ra pratear um peixinho.


(Quadras inéditas, Silvina Jóia, 2017)

Silvina Jóia



segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Era Uma Vez - Histórias tradicionais para Contar a Rimar

Um livro a ter em conta para as crianças dos 4 aos 8 anos de idade.

São nove histórias tradicionais... todas a rimar!

Uma boa estratégia para introduzir a questão do ritmo na linguagem, bem como para o desenvolvimento do imaginário.


Editora Zero a Oito

Informações adicionais no link da Editora Zero a Oito:


VERSoS PEQUENINoS - Martim Quinteiro

Tive o privilégio de ser educadora do Martim Quinteiro, um menino activo, inteligente e criativo, durante dois anos. 
O Martim tinha opiniões muito próprias sobre quase tudo. Idealizava projectos pessoais. Inventava geringonças. Testava limites. 
Mas um dia, estava invulgarmente silencioso e sossegado, sem gestos visíveis e sem aparentar qualquer expressão facial em particular, como se todo ele - corpo vivo e espírito vivaço - fosse uma sólida estátua exposta num museu.
- Vamos, Martim? - perguntei, hesitante.

E ele, poeticamente, respondeu:

- Agora não posso ir, estou a voar.

Sentei-me bem perto dele e voámos os dois durante aquele breve momento que durou uma eternidade. Depois, de mãos dadas, fomos brincar para o recreio.

Há VERSoS PEQUENINoS que valem por um poema inteiro. 

A importância da Poesia nas Escolas


É necessário que o educador/ professor traga a poesia para a sala de aula. A poesia pode, quando bem explorada, ajudar a suprimir carências da vida da criança e ajuda-a a relacionar-se com os seus universos interior e exterior. Por um lado, a construção da sua vida emocional; por outro lado, o conhecimento do mundo que a rodeia.

Escultura de Su Blackwell

(…) Uma escola onde a poesia esteja presente, onde seja objeto de estudo e fonte de reflexão, é mais suscetível à mudança, à evolução, apelando à sensibilidade, à criatividade e à inteligência. A poesia, pela sua natureza, por um lado, ao despertar sentimentos e imagens, ajuda a criança a explorar o seu íntimo e a expressar pensamentos e experiências; por outro lado ao recriar realidades estimula-a a percecionar os contextos por onde a leva a viajar. A poesia permite a criação de uma visão holística da realidade pretendendo romper com o “(…) academismo palavroso e absurdo, em que se fala mais sobre a língua do que se aprende realmente a conhecê-la e a manuseá-la” (Franco, 1999, p. 43). Neste sentido, o professor desempenha um papel fundamental na relação a desenvolver entre a criança e a poesia conduzindo-a à descoberta de si própria e do mundo que a rodeia. É esta a condução que caracteriza a educação; do grego ducere vem a ideia de conduzir e de educere a ideia de extrair as potencialidades que estão em cada ser (Lamas, 2009).

Como defende Neto (2006), a poesia não se ensina. Cabe sim ao professor, encontrar estratégias e criar experiências/ atividades que viabilizem o despertar do desejo da criança pela expressão poética. A poesia estimula a criatividade de quem com ela se cruza, permitindo viver, sonhar e sentir de uma forma mais genuína, mais real. É fundamental que o professor crie situações, através de jogos, leituras, produções escritas, por exemplo, que levem a criança a explorar a poesia e, por intermédio dela, exteriorizem os seus sentimentos, emoções, experiências e realidades. Porém, em grande parte, a poesia não é vivida de forma efetiva nas escolas, por ser um campo complexo e de difícil entendimento. Segundo Barros (2010, p. 21),

(…) muitos professores não vêem na poesia nenhuma contribuição para o aprendizado dos alunos, até mesmo por pensarem que a leitura de poesia é para pessoas letradas, com conhecimento suficiente para interpretar. De certa forma, é verdade. Agora, isso não os isenta da responsabilidade de ler e motivar os alunos a lerem para obter bagagem suficiente para compreender um texto literário.

É assim que a poesia tem sido perspetivada nas escolas por muitos professores, que não se encontram conscientes para perceber que a poesia faz parte do homem e da sua formação pessoal, ajudando a (trans)formar o caráter humano. Também a falta de interesse dos professores pela poesia se deve à formação de professor, como foi oportunamente verificado nos programas, que não contempla programas  que sensibilizem para a poesia.
(…) Para que a poesia seja vivida de forma efetiva nas escolas, é conveniente que os professores se encontrem sensibilizados e, neste sentido, a formação de professores assume um papel central.

In A Poesia na Escola, (pp. 125-127)

Bibliografia:

Barros, D. (org.) (2010). Vivências poéticas, experiências de ensino. Goiânia: Editora Vieira.

Franco, J. A. (1999). A Poesia como Estratégia. Colecção Campo da Educação. Porto: Campo das Letras

Lamas, E. (2009). Aprendizagem ao longo da vida, Cursos de Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário. Reflexões e comentários. Vila Nova de Gaia: Instituto Piaget.

Neto, L. (2006). Olhares Poéticos da Infância. Porto: Papiro Editora.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Os "Pré-Livros" de Bruno Munari

As crianças pequenas não lêem nem escrevem. Vivenciam experiências através dos sentidos e imaginam. 

Como devem ser os livros que se apresentam às crianças pequenas? Com pouco ou nenhum texto e uma função muito abrangente da imagem, bem como devem possibilitar a expressão sensorial e provocar exercícios de imaginação. 


Faço esta pergunta a mim própria diariamente, numa procura constante de livros-objecto que "cheguem" às crianças. De vez em quando, encontro um tesouro.


Apresento-vos os "Pré-Livros" de Bruno Munari (Milão, 24 de outubro de 1907 - Milão, 30 de setembro de 1998), um artista e designer italiano, que contribuiu com fundamentos em muitos campos das artes visuais (pintura, escultura, cinema, design industrial, gráfico) e também com outros tipos de arte (literatura, poesia, didática), com a investigação sobre o tema do jogo, a infância e a criatividade. Incontornável.



A referência aos "Pré-Livros" surge na obra "Das Coisas Nascem Coisas", publicada pela primeira vez em 1981, pela editora Edições 70. Há muitos anos que mantenho este livro por perto e nunca me desiludiu.


Publicação esgotada
Nova edição


Bruno Munari

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Uma história poética - "O Ladrão de Palavras"


Em Setembro de 2017 terá início o projecto "VERSoS PEQUENINoS" na EB 1/JI da Conceição. 
No âmbito da Literatura para a Infância, o projecto pretende contemplar a Poesia como ponto de partida e de chegada de toda a acção educativa com um grupo de pré-escolar de 25 crianças, dinamizado por mim com a colaboração de outros parceiros, sendo um deles a Biblioteca Municipal António Ramos Rosa de Faro. 
texto escolhido para lançamento do projecto é "O LADRÃO DE PALAVRAS", uma história de Francisco Duarte Mangas com ilustrações de Alain Corbel, editada em 2006. 
Não sendo um poema, é no entanto, uma obra poética, tendo em conta a ideia central do enredo e a sua simbologia metafórica, também patente nas ilustrações. Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura e esgotado nos pontos de venda habituais. 

Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura

sábado, 2 de setembro de 2017

Bibliografia essencial

O livro "Poesia na Escola - Estratégias Motivacionais", de Regina Vale Pires, publicado pela Chiado Editora em Maio de 2017 é essencial para a pesquisa, fundamentação e operacionalização de projectos de poesia nas escolas e nos jardins de infância. Transcrevo a nota inicial da autora, exposta na contracapa do livro:

"Entendemos que é fundamental que a escola promova a educação holística dos seus alunos, tornando-se necessário criar oportunidades e situações de aprendizagem conducentes ao seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Por isso, recorremos à poesia como estratégia e à poesia enquanto conteúdo de aprendizagem que implica a criança na construção de aprendizagens significativas. De igual modo, procuramos promover momentos de introspeção, de isolamento - ontos - para em seguida, nos darmos a conhecer ao mundo - cosmo - através de valores, ideais e pretensões - axiologia - com vista a uma integração ativa, consciente, afetiva e efetiva na sociedade - social.
Neste livro, preocupamo-nos em perceber e discutir as conceções teóricas sobre o domínio da poesia e´alicerçada nesta pesquisa, desenvolvemos estratégias para que a poesia seja vivida nas escolas, de forma ativa, pedagógica, lúdica, dinâmica e a(e)fetiva.
A poesia como dimensão motivacional, como um mundo de oportunidades para descobrir, uma nova forma de ver, fazer, aprender, ser e estar conducente à educação holística da criança."

2017, Colecção Compendium

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Apresentação do blogue

Neste primeiro dia do mês de Setembro, nasce o blogue "VERSoS PEQUENINoS", com o objectivo de registar o processo de desenvolvimento  do projecto pedagógico com o mesmo nome, a ser desenvolvido no Jardim de Infância da Conceição de Faro pertencente ao Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa, com um grupo de 25 crianças, suas  famílias e demais colaboradores convidados. A Poesia como ponto de partida e de chegada da acção educativa.
                                                                                                                             Educadora Adília César


Pintura surrealista de Ivan Trompa

Lebrinha 01