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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

VERSoS PEQUENINoS - Martim Quinteiro

Tive o privilégio de ser educadora do Martim Quinteiro, um menino activo, inteligente e criativo, durante dois anos. 
O Martim tinha opiniões muito próprias sobre quase tudo. Idealizava projectos pessoais. Inventava geringonças. Testava limites. 
Mas um dia, estava invulgarmente silencioso e sossegado, sem gestos visíveis e sem aparentar qualquer expressão facial em particular, como se todo ele - corpo vivo e espírito vivaço - fosse uma sólida estátua exposta num museu.
- Vamos, Martim? - perguntei, hesitante.

E ele, poeticamente, respondeu:

- Agora não posso ir, estou a voar.

Sentei-me bem perto dele e voámos os dois durante aquele breve momento que durou uma eternidade. Depois, de mãos dadas, fomos brincar para o recreio.

Há VERSoS PEQUENINoS que valem por um poema inteiro. 

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