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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A importância da Poesia nas Escolas


É necessário que o educador/ professor traga a poesia para a sala de aula. A poesia pode, quando bem explorada, ajudar a suprimir carências da vida da criança e ajuda-a a relacionar-se com os seus universos interior e exterior. Por um lado, a construção da sua vida emocional; por outro lado, o conhecimento do mundo que a rodeia.

Escultura de Su Blackwell

(…) Uma escola onde a poesia esteja presente, onde seja objeto de estudo e fonte de reflexão, é mais suscetível à mudança, à evolução, apelando à sensibilidade, à criatividade e à inteligência. A poesia, pela sua natureza, por um lado, ao despertar sentimentos e imagens, ajuda a criança a explorar o seu íntimo e a expressar pensamentos e experiências; por outro lado ao recriar realidades estimula-a a percecionar os contextos por onde a leva a viajar. A poesia permite a criação de uma visão holística da realidade pretendendo romper com o “(…) academismo palavroso e absurdo, em que se fala mais sobre a língua do que se aprende realmente a conhecê-la e a manuseá-la” (Franco, 1999, p. 43). Neste sentido, o professor desempenha um papel fundamental na relação a desenvolver entre a criança e a poesia conduzindo-a à descoberta de si própria e do mundo que a rodeia. É esta a condução que caracteriza a educação; do grego ducere vem a ideia de conduzir e de educere a ideia de extrair as potencialidades que estão em cada ser (Lamas, 2009).

Como defende Neto (2006), a poesia não se ensina. Cabe sim ao professor, encontrar estratégias e criar experiências/ atividades que viabilizem o despertar do desejo da criança pela expressão poética. A poesia estimula a criatividade de quem com ela se cruza, permitindo viver, sonhar e sentir de uma forma mais genuína, mais real. É fundamental que o professor crie situações, através de jogos, leituras, produções escritas, por exemplo, que levem a criança a explorar a poesia e, por intermédio dela, exteriorizem os seus sentimentos, emoções, experiências e realidades. Porém, em grande parte, a poesia não é vivida de forma efetiva nas escolas, por ser um campo complexo e de difícil entendimento. Segundo Barros (2010, p. 21),

(…) muitos professores não vêem na poesia nenhuma contribuição para o aprendizado dos alunos, até mesmo por pensarem que a leitura de poesia é para pessoas letradas, com conhecimento suficiente para interpretar. De certa forma, é verdade. Agora, isso não os isenta da responsabilidade de ler e motivar os alunos a lerem para obter bagagem suficiente para compreender um texto literário.

É assim que a poesia tem sido perspetivada nas escolas por muitos professores, que não se encontram conscientes para perceber que a poesia faz parte do homem e da sua formação pessoal, ajudando a (trans)formar o caráter humano. Também a falta de interesse dos professores pela poesia se deve à formação de professor, como foi oportunamente verificado nos programas, que não contempla programas  que sensibilizem para a poesia.
(…) Para que a poesia seja vivida de forma efetiva nas escolas, é conveniente que os professores se encontrem sensibilizados e, neste sentido, a formação de professores assume um papel central.

In A Poesia na Escola, (pp. 125-127)

Bibliografia:

Barros, D. (org.) (2010). Vivências poéticas, experiências de ensino. Goiânia: Editora Vieira.

Franco, J. A. (1999). A Poesia como Estratégia. Colecção Campo da Educação. Porto: Campo das Letras

Lamas, E. (2009). Aprendizagem ao longo da vida, Cursos de Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário. Reflexões e comentários. Vila Nova de Gaia: Instituto Piaget.

Neto, L. (2006). Olhares Poéticos da Infância. Porto: Papiro Editora.

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