Num velho prado onde as vacas e os cavalos pastavam e corriam havia um velho muro de pedra. Nesse muro vivia uma família de ratos tagarelas. Perto do muro havia um estábulo e um celeiro que os agricultores abandonaram deixando o celeiro vazio. Como se estava a aproximar o Inverno os ratinhos começaram a trabalhar imenso para armazenar comida. Todos carregavam milho, nozes, trigo e palha. Todos menos um, o Frederico. Os outros ratos perguntavam ao Frederico porque é que ele não trabalhava. Ele respondeu-lhes que estava a apanhar raios de sol, a recolher cores e palavras para os dias frios e sombrios de Inverno, porque os dias são muito longos e poderiam ficar sem nada para dizer. Então lembraram-se das coisas que o Frederico tinha feito e pediram-lhe para ele mostrar o que tinha armazenado. Frederico com voz tímida começou a dizer um poema sobre as quatro estações do ano. Afinal Frederico era um poeta!
Poema do ratinho Frederico:
Quem sopra os flocos de neve?
Quem derrete o gelo frio?
Quem põe o tempo sombrio?
Quem o faz outra vez alegre?
Quem dá quatro folhas ao trevo e muitas mais à árvore nua?
Quem apaga a luz do dia?
Quem acende no céu na lua?
Quatro ratinhos do campo dó-ré-mi-fá-sol-lá-si.
Quatro ratinhos do campo... falam de mim e de ti.
O ratinho da Primavera acorda todas as flores.
E depois, o do Verão pinta-as de todas as cores.
O rato-Outono trás nozes e folhas amareladas.
O do Inverno é o último e vem com as patinhas geladas.
As estações são quatro, cada uma tem o seu momento.
Variam, temos muita sorte, fazem passar o tempo.
(in "Frederico" de Leo Lionni)
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